Resenha Biblioteca da meia-noite, Matt Haig

A biblioteca da Meia-noite, Matt Haig

Título: A biblioteca da meia-noite (The midnight library)

Autor: Matt Haig (EUA)

Editora: TAG Inéditos (vai ser lançado pela Bertrand em outubro)

Ano: 2021

Páginas: 288 p.

Formato: Em papel

Sinopse: Se pudesse escolher a melhor vida para viver, o que farias? No limiar entre a vida e a morte, depois de uma vida cheia de desgostos e carregada de remorsos, Nora Seed dá por si numa biblioteca onde o relógio marca sempre a meia-noite e as estantes estão repletas de livros que se estendem até perder de vista. Cada um desses livros oferece-lhe a hipótese de experimentar uma outra vida, de fazer novas escolhas, de corrigir erros, de perceber o que teria acontecido se tivesse escolhido um caminho diferente. As possibilidades são infinitas e vários horizontes se abrem à sua frente. Mas será que algum desses caminhos lhe proporciona uma vida mais perfeita do que aquela que conheceu? Na altura da escolha final, Nora terá de olhar para dentro de si mesma e decidir o que de facto lhe preenche a vida e o que faz com que valha a pena vivê-la. A Biblioteca da Meia-Noite transformou-se num bestseller a nível internacional, com um milhão de livros vendidos em todo o mundo..

Opinião: Não conheço ninguém que não tenha pensado “e SE eu tivesse escolhido a outra opção?” ao menos uma vez na vida. Eu tenho um vaaaaaasto hall de possibilidades, ainda mais enfatizadas pela minha ansiedade gritante: se eu não tivesse largado biblioteconomia em 2007; se eu não tivesse largado ADM em 2009; se eu não tivesse vindo para Curitiba; se eu não tivesse me separado em 2018… se, se, SE. E ainda mais que isso, será que minha vida estaria melhor?

Então esse livro foi um cutucão necessário num momento em que eu estava totalmente desolada, naquele momento em que você olha em volta e se pergunta “cacete, mas como eu vim parar AQUI?”

Mas fica um alerta: os primeiros capítulos são meio depressivos; se você está meio pra baixo, recomendo que leia e não largue no meio. Pq? Pq se você largar, não vai ver para onde a situação se encaminhou, como foi resolvida, e vai ficar só com a imagem do desespero da personagem. Ao mesmo tempo, foi exatamente a descrição da situação dela que me fez me identificar ainda mais, e querer descobrir para onde a história ia.

Acompanhamos a chegada de Norma à Biblioteca, sua confusão e as possibilidades. Não preciso dizer que, como bibliotecária, eu AMEI a ideia. Se, como Borges disse, o paraíso é uma espécie de biblioteca, para o Haig, a escalada no meio do caminho também pode ser 🙂

Não tem como negar que o meio pro final fica meio óbvio onde a história vai parar (pelo menos pra mim foi, demais), um tom (leve) de auto-ajuda; mas fica bem no livro. E quando eu terminei, fechei a última página, eu consegui respirar e pensar “é, eu não tô perdida, eu sou o fruto do que escolhi” (que também é um conclusão a que se chega só lendo a sinopse, mas vocês entenderam!).

Eu não acho justo falar muito de um livro que ainda não foi oficialmente lançado no país, pois não quero dar spoilers – depois que estiver à venda, eu volto e falo mais.

Mas assim, leia. Cuidado com os efeitos colaterais: passar horas pensando em todas as encruzilhadas da vida e no que poderia ter acontecido; sonhar com as outras versões da sua vida; ficar quieta por dias e horas imerse nisso e ter que ouvir perguntas como “mas tá tudo bem com você??”

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