Título: Fábrica de vespas (The wasp factory)
Autor: Iain Banks
Editora: Darkside books
Páginas: 240 p.
Ano: 2016 (1.ed. 1984)
Formato da leitura: Livro físico
Sinopse: Um obra única, extremamente violenta e visceral. Considerado um clássico moderno, eleito entre os cem romances mais importantes do século XX, nunca antes editado no Brasil. Leia se estiver preparado! Narrado em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Frank, a estreia literária do autor escocês Iain Banks polarizou a crítica e os leitores quando foi publicada, em 1984. Considerado um dos grandes romances do século XX, o livro evoca tanto O Senhor das Moscas (1954) como Precisamos Falar sobre Kevin (2003). Fábrica de Vespas consegue produzir um olhar ao mesmo tempo bizarro, imaginativo, perturbador e repleto de humor negro sobre o que se passa dentro da mente em formação de um psicopata.
Opinião: Esse livro aparece como recomendação no “1001 livros para ler antes de morrer”, ainda sob o nome original – não havia, até então, tradução da obra para o português. A descrição do título no livrão me atraiu, mas como meu inglês ainda não é tão bom, não queria ler e deixar passar algum trocadilho daqueles que deixam a obra mais interessante.
Ano passado a Darkside Books anunciou a tradução inédita da “obra mais controversa de todas, OH MEU DEUS! É impactante, é nojenta, é violenta, é para estômagos fortes, OH MEU DEUS!!!” Já peguei o livro achando, né? Que não ia nem aguentar terminar de ler.
Quem conta a história é Frank, um garoto que mora em uma ilha na Escócia com o pai. Seu irmão está em um manicômio, e ele é criado fora da escola, então seu contato com humanos é bem limitado. Seu mundo na ilha é grande. Ele nomeia os espaços, tem mapas do lugar, constrói armadilhas e domina o espaço como um comandante militar.
Sim, ele é violento. Sim ele é nojento. Sim, ele mata, ele é ruim e extremamente machista/masculinista. A cena dele com os coelhos é mesmo muito triste, e eu tive que fechar brevemente o livro. As descrições de suas pequenas atrocidades são cruéis, especialmente quando criança, mas não achei tão absurdas quanto falaram, nem tão desesperadoras e “sujas” quanto quiseram pintar – o Hellraiser e o Evangelho de Sangue (do Clive Barker) me impactaram muitíssimo mais; os livros baseados em histórias reais, como os da Svetlana Aleksiévitch – e a história é… bem, achei meio… como dizer?
O cerne da história é a espera por Eric, o irmão, que fugiu do manicômio. Enquanto este faz seu caminho pela Inglaterra até retornar a ilha, Frank vai contando a história de sua família, da sua infância, e das suas invenções, enquanto convive com Jaime, o anão seu amigo, e seu pai, que possui um escritório trancado à chave cheios de segredos.
A princípio o ritmo é meio lento, mas os capítulos finais são mais acelerados; a suposta explicação de sua raiva, de seus “problemas psicológicos”, é dada pelo próprio protagonista, mas ainda descobrimos “outras verdades” no decorrer da trama. Não que eu ache que explica mesmo alguma coisa, que eu ache que é uma justificativa minimamente válida.
Valeu a leitura, mas, como diversos outros títulos da Darkside, vale mais pela linda edição do que pelo conteúdo. Não me marcou. Mas leia aí, historicamente é “importante”, como contraventor de gênero e tals.
A Darkside sempre faz um auê, normal, estão vendendo o peixe deles, mas faz tempo que não leio algo deles realmente SENSACIONAL como sempre parece ser
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