Título: O ano da leitura mágica (Tolstoy and the purple chair – my year of magical reading)
Autor: Nina Sankovitch
Editora: Leya
Páginas: 232 p.
Ano: 2012 (1.ed. 2011)
Formato da leitura: Livro digital
Sinopse: VOCÊ SERIA CAPAZ DE LER UM LIVRO POR DIA DURANTE UM ANO? Um desafio: ler um livro por dia durante um ano. Você aceita? Essa foi a promessa que Nina Sankovitch fez a si mesma. Após perder a irmã mais velha para o câncer, e embora precisasse cuidar dos quatro filhos e lidar com os percalços que fazem parte do cotidiano de uma grande família, Nina cria uma jornada para si mesma: ler um livro por dia durante um ano inteiro. Nesse verdadeiro sonho literário, nossa heroína descobrirá que o ano de leitura mágica mudará tudo ao seu redor e que os livros são uma ótima terapia. O ano da leitura mágica também conta a história da família Sankovitch: o pai de Nina, que escapou da morte por um triz na Bielo- Rússia durante a Segunda Guerra Mundial; os quatro ruidosos filhos, que lhe recomendavam livros ao mesmo tempo que a ajudavam a cozinhar e a limpar a casa; e Anne-Marie, sua irmã mais velha e inspiração, com quem Nina compartilhou os prazeres da leitura, mesmo em seus últimos momentos de vida.
Opinião: Bom, não preciso falar mais nada sobre a história, né? Essa sinopse aí já cobre tudo que eu poderia falar 😛
Depois de três anos da morte da irmã, Nina ainda se sente triste, culpada; sente que ainda não superou. Ela poderia viajar o mundo, largar tudo, chafurdar em autocomiseração, mas o que ela decide fazer? Ler. Sim, durante os próximos 365 dias, entre um e outro aniversário (na idade em que a irmã dela morreu), ela decide ler um livro por dia.
Então, é assim: ela tem 4 filhos homens, uma casa grande, recebe visitas, tem marido (para ajudar, mas também para “cuidar”), e mesmo assim decide parar tudo que está fazendo (ok que ela não trabalha fora, o que já ajuda… mas 4 filhos já é mais que trabalho, né? rsrs) para colocar seu plano de leitura em prática. Ela escolhe livros com mais ou menos 300 páginas, não pode repetir o autor e tem que escrever sobre todo livro que leu.
Livros. Quanto mais eu pensava em parar e voltar a ser uma só pessoa sã, mais eu pensava nos livros.
No meio das páginas e das leituras, ela vai confrontando os sentimentos que escondeu sob camadas de racionalidade, ou soterrados porque “doíam”. O sentimento de culpa com algumas situações na infância das irmãs; as amizades que apoiaram; a relação com os pais. Há destaque para a história do pai, fugitivo e sobrevivente dos estilhaços da segunda guerra, assim como a família da mãe também.
Acompanhamos as descrições que Nina faz dos livros, e a observação do que as histórias a fizeram refletir, e como todos os autores, todos os colegas que encontraram e contribuíram com seu blog de resenhas, todos os personagens e suas histórias, influenciaram sua vida, e a ajudaram a sair inteira da situação mais instável possível. O final não é uma “conclusão” de história com final feliz, é uma continuidade. Até porque, a vida não acaba quando termina um projeto desses; pelo contrário, ela pode até começar…
Porque testemunhar todos os tipos de experiências é importante para compreender o mundo, mas também para entender a si mesmo. Para definir o que era importante para mim, quem é importante e por quê.
Eu gostei bastante! Especialmente porque estou vendo uma situação semelhante a ponto de ocorrer (uma tia, minha mãe… 😦 ) e acho que um “apoio” assim é muito bem vindo. As reflexões dela parecem tão maduras que me pergunto se um dia eu chegarei a esse nível de interpretação textual da ficção, rsrs. Mas valeu muito, li em dois dias 😀 (talvez inspirada pela temática do livro, até!)
Ps. Terminei o livro com uma lista GI-GAN-TE de indicações de leitura, rsrs! Recomendo, especialmente aos que passaram por uma perda/dano recente.